Nota: O que vale, para este governo, a palavra dada?

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No dia 8 de fevereiro de 2011, dez lideranças e caciques da Bacia do Xingu fomos recebidos no Palácio do Planalto em audiência oficial. Em nome de centenas de indígenas e ribeirinhos que aguardavam do lado de fora, e de 604.317 cidadãos e cidadãs brasileiros e do mundo, que declararam publicamente, em abaixo-assinados, seu repúdio à hidrelétrica de Belo Monte, entregamos ao governo um documento com denúncias sobre as múltiplas ilegalidades do processo de licenciamento da usina, e apresentamos as nossas propostas para uma nova política energética para o Brasil.

Ao nos receber em nome da presidente Dilma Rousseff, Rogério Sotilli, secretário executivo – e, naquele momento, ministro interino – da Secretaria Geral da Presidência, afirmou textualmente: “Eu vou levar à presidente Dilma o relato deste encontro com vocês, que eu prezo talvez como um dos mais importantes da minha relação política no governo, onde estou desde o início do governo Lula. Eu vou levar esta carta, este manifesto de vocês (…). O que eu posso adiantar para vocês é que a Secretaria Geral da Presidência da República tem essa permissão de dialogar com a sociedade civil. E isso nós vamos assumir: que a partir de hoje esse diálogo vai existir. (…) Então nós vamos fazer esse debate interno, nós vamos dar o retorno para vocês do que a gente pode construir a partir de agora, para fazer esse debate com uma participação muito maior, em cima daquilo que vocês esperam”.

(veja o registro completo da fala de Sotilli no vídeo
http://www.youtube.com/user/campanhaxinguvivo#p/a/u/0/AFmBmYVGysw)

Passado quase um mes – período em que perdemos a conta das vezes que ligamos para a Secretaria Geral da Presidência para perguntar sobre os encaminhamentos -, não houve nenhuma sinalização de que o governo pretende cumprir  o compromisso de se manifestar sobre o documento recebido. Pelo contrario, neste período os Ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente reafirmaram os planos de breve início dos desmatamentos para as obras de Belo Monte, e deram novas autorizações neste sentido.

Pior: no dia 25 de fevereiro, a Justiça Federal confirmou, através de uma liminar, a nossa denúncia de que o licenciamento das obras de Belo Monte é ilegal. Mas nem este fato fez com que o governo mostrasse a dignidade de cumprir a promessa de diálogo conosco. Lançando mão da Advocacia Geral da União (AGU), recorreu da liminar, derrubada no dia 3 de março, e impôs sua vontade “na marra”.

Qual é, afinal, a concepção de “diálogo” deste governo? E a concepção de palavra dada, compromisso assumido, qual é? Depende do volume da carteira e das contas bancárias?

Movimento Xingu Vivo para Sempre
Aliança dos Rios da Amazônia

Comments (6)

Nao podemos desistir. É uma guerra covarde que o belo governo dos banqueiros esta querrendo travar com seu proprio povo em nome da ganancia. Porém é necessario presistencia, com muita luta essa guerra sera vencida pela parte mais interessada, o povo brasileiro.

Lamento o distanciamento de nosso governo com o Povo cada dia mais distante
nossa presidente e todo seu governo são uns inicentes util
Acorda Dilma
Os inimigos são inda mais poderosos que daquela epoca
acorda blen blen blen!!!!!!!!!!!!!!!!!

"Quando o presidente Lula me deu uma medalha, ele disse que não ia assinar a construção da barragem de Belo Monte", afirmou ontem em São Paulo o líder indígena Raoni, ao lado de um velho amigo, o cantor britânico Sting. "Fico preocupado: será que ele falou a verdade para mim?", questionou o cacique, tendo como intérprete seu sobrinho, o líder indígena Megaron. Raoni recebeu, em 2007, a Ordem do Mérito Cultural do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.( O Estado de S. Paulo – 23/11/2009).

A pergunta que fica é:A QUEM INTERESSA BELO MONTE? QUEM SÃO OS QUE REALMENTE ESTÃO POR TRAS DESTE CRIME CONTRA A NATUREZA E CONTRA O POVO DA MATA?

O maior de todos os desejos era parar tudo isso.

Nos vemos como nada em frente a um sistema que só faz o que quer e ainda se diz democrático.

A usina vai trazer progresso, emprego…e dai se não vai haver vida, meios normais e saudáveis de continuar vivendo tratando-se daqueles que sobrevivem do rio. Um braço do rio vai ser mantido para suprir as necessidades de um povo das proximidades, mas apenas 3 meses do ano. Quem passará fome 9 meses restantes? O Sr. Ministro? A Pres. da Republica? Não, acho que não. E a geração de energia mínima também durante esses 9 meses? Matar tudo que há ali só por capricho de 3 meses de energia que não são tão necessárias assim.

Tudo isso é a morte da vida de pessoas, animais e vejetais hoje, mas também do futuro…

Em momentos que só se falam em impactos ambientas, camada de ozônio, efeito estufa, desmatamento, o os problemas que tudo isso causam não sei se o governo como todo e quem esta na frente de tudo isso é burro ou se faz.

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