Em Altamira, luta por moradia e contra Belo Monte reúne mais de mil pessoas

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Altamira (PA), 29/07/2011

pare belo monteCerca de mil pessoas protestaram hoje, em Altamira (PA), contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu. Os manifestantes, provenientes das três ocupações urbanas de sem-teto surgidas nos últimos dois meses em Altamira, reivindicaram a garantia de moradia para todas as famílias sem teto da região e o fim do projeto da barragem. O bispo Dom Erwin Krautler, da Prelazia do Xingu, esteve presente no ato.

“Este foi o grito das famílias já expulsas por Belo Monte”, conta a coordenadora do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, Antonia Melo. “O consórcio Norte Energia já deu início às obras de Belo Monte com a construção de alojamentos, mas ainda não cumpriu nenhuma das condicionantes previstas em lei para mitigar os impactos que a obra terá sobre a população local. Não é a toa que as pessoas estão com medo de perder tudo o que tem por causa da barragem”.

Cerca de 1.200 famílias já estão ocupando lotes – em geral, de 50 ou 60 metros quadrados – de terrenos em desuso da cidade. No entanto, o problema deve se estender para outras cinco mil famílias moradoras dos chamados ‘baixões’, bairros mais pobres da cidade que seria alagados pela barragem.

manifestacao belo monte naoA marcha, organizada pela Frente de Resistência Contra Belo Monte (1), cruzou a cidade da periferia ao centro. No percurso, foram realizadas duas paradas principais: na Caixa Econômica Federal, onde foi entregue à gerência local a pauta de reivindicações sobre moradia para o Governo Federal; e na sede da Norte Energia, empresa responsável pela construção da usina.

Para o coordenador regional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Moisés da Costa Ribeiro, a manifestação teve um saldo positivo: “Além de darmos mais uma demonstração de resistência, queremos mostrar que Belo Monte está longe de ser um fato consumado como o governo tenta fazer crer através de documentos, licenças e coletivas de imprensa”, conclui.

 

Nota ao editor:
(1) A Frente de Resistência Contra Belo Monte é formada por: o Movimento Xingu Vivo Para Sempre, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) e Sintepp-Regional, entre outras organizações.

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Comments (5)

XINGU VIVO PARA SEMPRE.!! o governo e a eletronorte, vai enfrentar uma oposio dura..a mais dura que enfrentaram ate hoje.. e vai ter qu e recuar.

Esta triste realidade, este crime que estão querendo fazer contra a floresta e seus povos tradicionais, só vai ter fim e repercussão de verdade a nível mundial quando um índio usar de sua própria lei para defender suas terras e flechar um empreiteiro ou empregado da obra de Belo Monte. O mundo vai acordar de vez , sem dúvida!!! este ato, de reação provocada pelo próprio governo brasileiro, não está demorando a chegar. Quem duvida que os índios vão entregar suas terras ,pacificamente, nas mãos destes grupos econômicos que não tem nenhum compromisso com o meio ambiente? É aí que este "NOVO MENSALÃO" do Brasil vai ter fim…

Esteja a vontade , isso é óbvio! Tanto quanto a minha opinião que nada muda.

Além da possibilidade das populações tradicionais iniciarem um conflito, existe a possibilidade (muito mais do que provável) de haver problemas graves nos canteiros de obras. Problemas para os quais o governo não estará preparado e que numa região com ausência de Estado, com populações sensíveis a convulsões socias…O mundo abrirá os olhos.

Desejo forças aos guerreiros e guerreiras do Xingu… a luta só vale a pena unificada, assim os resultados virão… abraços e adelantes

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